segunda-feira, 25 de abril de 2011

Declaração de amor ( texto de abril de 2011)

"Você não é o seu trabalho. Você não é quanto dinheiro você tem no banco. Você não é o carro que você dirige. Você não é o conteúdo da sua carteira." Fight Club - 1999
O termo foda-se é tão intenso quanto "eu amo você". Eu diria que é até mais libertário, em uma sociedade  onde percebo o amor banalizado,  o amor produto  para ser consumido em prateleiras do wall mart  e arrotado junto com pepsi-cola.
Houve um tempo, em que era necessário coragem para proferir tais palavras de amor, hoje elas TÊM SIDO USADAS DEMASIADAMENTE em canções descartáveis, em romances idiotas de vampiros, em cantadas pra levar alguém pra cama. Não só as palavras, mas o tal sentimento. Welcome to the jungle, diz a canção da banda mainstream, bem vindo à selva, diz o pobre diabo que escreve este texto. E enquanto vejo cada vez mais pessoas transformadas em peças, fabricadas em série e com código de barras, atreladas a aparências, seguindo o modelo padrão de ter dinheiro, carro do ano , uma esposa , filhos e religião para serem aceitos dentro das normas sociais, o FODA-SE  grita muito mais alto em meu coração. Se um dia eu encontrar a "minha " Júlia, feito Winston, não deixarei o "partido" nos separar. O superficial das relações humanas, a hipocrisia das instituições falidas, não me servem. Eu busco somente o que é real, e enquanto não há amor eu grito foda-se e explodo o Quarto  101.