segunda-feira, 25 de abril de 2011

Declaração de amor ( texto de abril de 2011)

"Você não é o seu trabalho. Você não é quanto dinheiro você tem no banco. Você não é o carro que você dirige. Você não é o conteúdo da sua carteira." Fight Club - 1999
O termo foda-se é tão intenso quanto "eu amo você". Eu diria que é até mais libertário, em uma sociedade  onde percebo o amor banalizado,  o amor produto  para ser consumido em prateleiras do wall mart  e arrotado junto com pepsi-cola.
Houve um tempo, em que era necessário coragem para proferir tais palavras de amor, hoje elas TÊM SIDO USADAS DEMASIADAMENTE em canções descartáveis, em romances idiotas de vampiros, em cantadas pra levar alguém pra cama. Não só as palavras, mas o tal sentimento. Welcome to the jungle, diz a canção da banda mainstream, bem vindo à selva, diz o pobre diabo que escreve este texto. E enquanto vejo cada vez mais pessoas transformadas em peças, fabricadas em série e com código de barras, atreladas a aparências, seguindo o modelo padrão de ter dinheiro, carro do ano , uma esposa , filhos e religião para serem aceitos dentro das normas sociais, o FODA-SE  grita muito mais alto em meu coração. Se um dia eu encontrar a "minha " Júlia, feito Winston, não deixarei o "partido" nos separar. O superficial das relações humanas, a hipocrisia das instituições falidas, não me servem. Eu busco somente o que é real, e enquanto não há amor eu grito foda-se e explodo o Quarto  101.

12 comentários:

  1. Foda-se, nunca soou tãããão real!!!
    Por isso que você é foda!!!

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  2. Essa geração s2 tá foda né? Tudo ama, tudo adora. E o verdadeiro fica onde? Muito bom o post, como sempre luisinho. Parabéns manolo.

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  3. muito obrigado pelo comentário, daniel! na verdade, nem me referi exatamente ao seguimento citado por você, aliás, eles são os que menos tem responsabilidade nisso, me refiro ao todo.

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  4. Mas não é só a molecada, tem muita gente grande também hahaha...

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  5. "Onde que há gente no mundo?", pergunta o poeta. E não sem alguma liberdade poética é possível estender a interrogação para: onde que há amor no mundo? Seu texto é carregado de significados e também de sentimentos. Não o sentimentalismo banalizado (que o próprio texto ataca), mas uma inquietação, um desconforto, um mal-estar com a reificação das relações humanas, com a decadência do amor... Amor entendo como entrega do amante ao ser amado. O "foda-se" é precisamente o contrário, é a recusa. Mas uma recusa não por hostilidade ao amor,mas sim porque o amor enquanto amor verdadeiro está descaracterizado. Uma recusa que não se pretende definitiva,mas que vale enquanto o real sentido do amor não for restabelecido(se é que algum dia chegou-se a estabelecer) ou encontrado. Como um texto profundamente lírico e humano, em defesa daquilo que nos torna humanos(os sentimentos, o amor) a esperança não poderia faltar:"Eu busco somente o que é real, e enquanto não há amor"...
    Em coro, gritamos foda-se!

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  6. Fudida esta análise do "anônimo" !! Obrigado Caro Amigo, palavras como as suas, do Daniel, da Iane, estimulam cada vez mais meus rabiscos pseudos-literários neste blog, que chega agora a mais de 3000 visualizações, sem nunca apelar para sensacionalismo, pornografia e afins, pelo contrário, cada vez mais indo na contra-mão do senso comum. Realmente não se trata de ofensa ou hostilidade, é exatamente uma declaração de Amor, por mais utópico que possa parecer, é a reivindicação da sua essência, em tempos onde pessoas rimam "amor" com "dor" e se dizem poetas, compositores, fazendo a alegria da mediocridade humana.

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  7. Louisinho!!!
    Eu diria que o amor... ahnn... o amor, como se diz mesmo?... veja bem... xiii acho que nem sei mais falar sobre ele, não lembro mais como ele é, mas sei que vende bastante no dia 12 de Junho!

    Cada vez menos verdadeiro, menos real e menos possível!

    Sensacional... incorporou o espírito "Welcome to the Jungle".... que pena.... enquanto aguardamos a chegada do principe/princesa no cavalo branco (não podemos descartar a hipótese de que talvez nunca chegue), FODA-SE!!!
    Dani

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  8. Obrigado, minha Querida Dani, pelos comentários... = )

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